28/06/2016
Queijos e cervejas? Por que não?
Na última sexta-feira (24) participamos de uma harmonização de três queijos artesanais com a cerveja belga Duchesse de Bourgogne, na Bier en Cultuur, em Ipanema.
Para quem ainda não conhece, a Bier en Cultuur é uma loja/bar especializada em cervejas artesanais, com uma vasta oferta de rótulos nacionais e internacionais. O ambiente é superagradável, com mesas para serem compartilhadas entre os frequentadores.
Geralmente quando as pessoas pensam em degustações de queijos, a primeira bebida que vem à cabeça é o vinho. Mas não podemos, nem devemos, nos prender a esses rótulos. A variedade de estilos e sabores da cerveja a torna um par ideal para qualquer tipo de queijo. É só ir experimentando que você encontrará ótimas opções de harmonização.
Nessa harmonização de sexta degustamos três tipos de queijo: um curado cremoso de ovelha (RJ), um tipo Munster e o Dionisio (SP).
O queijo de trás é 0 Curado Cremoso, à esquerda Munster e à direita Dionísio
O primeiro é um queijo de ovelha semicurado, de consistência amanteigada. Muito saboroso e cremoso. Foi o vencedor, pelo 2º ano consecutivo, do Prêmio Maravilhas Gastronômicas do Estado do Rio de Janeiro.
Já o do tipo Munster é um queijo de receita originária da França, feito à base de leite de vaca, de consistência mole e a casca é lavada com a bactéria Brevibacterium linens. Sabor forte e até um pouco doce.
Já o Dionisio é crocante e levemente amargo por fora, derretendo e intenso por dentro. Um queijo frescal maturado por 30 dias e lavado em vinho branco. Sabor e aroma persistentes. Conforme vai envelhecendo, sua massa torna-se mais cremosa e começa a escorrer. O nome foi dado em homenagem a Dionísio, o deus grego do vinho.
Confesso que gostamos mais do Dioniso e do curado de ovelha, mas o Munster também é bom. E os três ficaram melhores ainda na companhia do chopp da Duchesse de Bourgogne. Trata-se de uma representante do estilo Flanders Red Ale, tradicional da região oeste de Flandres na Bélgica.
Uma cerveja delicada que passa por envelhecimento em barricas de carvalho e o produto final é um blend entre safras de 18 e 8 meses.
O rótulo é uma homenagem à Mary, a duquesa de Borgonha que nasceu no século 15 nos arredores de Bruxelas. Com 20 anos herdou o ducado e ficou conhecida por ser uma mulher com temperamento forte e decidido, que fez com que a França reconhecesse o poder que a província de Borgonha tinha. Faleceu com apenas 25 anos após uma queda de cavalo perto da região de Bruges.
Ainda hoje é uma cerveja que remete à realeza. Em 2004, a Duchesse de Bourgogne foi a cerveja escolhida para ser servida no casamento do príncipe Freferik da Dinamarca, quando se casou com a princesa Mary.
O aroma remete a cerejas, frutas vermelhas e uma acidez balsâmica com notas vinificas aparentes. No paladar, uma explosão de sensações com um bom equilíbrio entre dulçor e acidez, remetendo a melaço, cereja, vinagre balsâmico, frutas secas e suaves taninos.
Deixamos aqui nossos agradecimentos ao proprietário Conrado Sanches e à garçonete Yeda que nos atenderam muito bem.
A Bier en Cultuur fica na Rua Maria Quitéria, 77, Loja 222 – Galeria Quartier – Ipanema.
O look da degustação
Para a degustação na Bier en Cultuur, usei um blazer preto da Farm, camisa branca C&A, calça vermelha Maria Filó e botas C&A. A pose é de quem ainda está aprendendo a ficar à vontade em frente à câmera.
Queijos artesanais no Brasil
Assim como a cerveja, os queijos artesanais brasileiros vivem um ótimo momento, apesar de todas as dificuldades e burocracias. Já são estrelas em vários restaurantes renomados, chegando a custar, em alguns casos, mais caro que os importados.
Na esteira desse sucesso, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) está trabalhando para ampliar as regiões produtoras de queijos artesanais com registro de Indicação Geográfica (IG). O Mapa identificou 18 áreas de produção de queijos artesanais de leite cru no Brasil, com maturação menor que 60 dias, que podem receber a IG, desde que preencham os requisitos higiênico-sanitários. Duas delas – a do Serro e a da Canastra, ambas em Minas Gerais – já têm o registro de Indicação Geográfica. O IG agrega valor e é um reconhecimento da notoriedade, reputação, valor intrínseco e identidade do produto, além de proteger seu nome geográfico e distingui-lo de similares disponíveis no mercado.
Além do Serro e a da Canastra – regiões que já têm o IG – outras áreas produtoras já são reconhecidas pelo mercado consumidor pela qualidade e tipicidade de sua produção de queijos artesanais. Entre elas, o Cerrado Mineiro, a Serra do Salitre e Araxá, também em Minas, o Arquipélago do Marajó (PA), o Agreste Pernambucano (PE), o Seridó (RN), a região Serrana (RS e SC) e a região do Jaguaribe (CE).
Mais dicas
Na semana passada também fomos a uma degustação de vinhos gregos na ABS-Flamengo na qual o Cheese Hunter André Deolindo fez uma excelente apresentação sobre queijos artesanais brasileiros. Além das informações, pudemos apreciar cinco tipos de queijos. Todos ótimos! Confira a relação:
1 – Figueira – Produzido em Amparo (SP). Bem macio, é feito com a receita do Ementhal, mas sem o picante característico desse tipo de queijo.
2 – Canastra – Dispensa comentários!
3 – Ribeirão – Feito em Santa Catarina, é baseado na receita do Gruyère, bem untuoso e derrete bem. Produzido com fungos trazidos da França.
4 – Cacauzinho – Produzido em Joanópolis (SP), é um queijo de cabra com mofo azul, baseado no Stilton. Abaixo do mofo, apresenta camadas de cacau e baunilha. Espetáculo!
5 – Tulha. Também produzido em Amparo (SP), trata-se de uma receita de parmesão que deu errado e foi armazenado em uma tulha de café e encontrado quase um ano depois, daí o seu nome. Parece muito um Gran Formaggio. Excelente!
Para saber mais sobre esses e outros deliciosos queijos artesanais brasileiros, visite a página da Produtos D.O.C. no Facebook.
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Tags: Bares no Rio de Janeiro, Cerveja belga, Harmonização de queijos e cervejas, Queijo artesanal
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