12/06/2019

Hoje eu vim pra falar de amor

Sentei para escrever sobre o dia dos namorados e travei. A única ideia que vinha à minha mente, em mood looping, era: “por que este dia ainda existe?”. Fato é que só depois que viramos algumas páginas da vida, percebemos que uma relação, no final das contas, é escolha e não algo criado e determinado nos céus, que veio como um raio, do tipo que nada e ninguém separará.

 

Expressões do tipo “feitos um para o outro” e “metade da laranja” não fazem sentido depois que você desromantiza o amor, ou seja, você vive o amor de fato. Ninguém é metade de ninguém. Ninguém está condicionado a outro alguém. Nenhum casal é 100% compatível.

 

Vivemos em tempos de apps de namoro, que facilitam pra valer a aproximação de crushes em potencial, sem falar na autonomia que proporcionam pra escolher quem vale mesmo a pena conhecer. Ameniza um pouco o pulo no escuro, certo? Certo. Mas o risco de dar certo ou dar em coração partido continua o mesmo. Comprovado é que sempre há riscos quando há envolvimento. Alguém realmente acredita na tal teoria da autoproteção de que é capaz de evitar de ser magoado?

 

Na contemporaneidade, a discussão que precisa urgentemente permear as relações é sobre ter responsabilidade afetiva independentemente de qualquer estrutura de relação.

 

 

All we need is love and freedom

 

 

O amor é liberdade e dá trabalho justamente por isso. O amor real, calmo, aceito, feito de afinidades e independências individuais não sofre as limitações de um amor idealizado. A terapeuta de casais Paula Emerick diz que no seu consultório os problemas frequentes são devido à conduta egoísta. “Cada um quer que suas necessidades individuais sejam atendidas primeiro e ficam numa espécie de queda de braço para ver quem recebe mais. O egoísmo traz instabilidade, brigas, ciúmes e, claro, possessividade”. Quem tem uns quilômetros rodados no campo de relacionamento sabe que desejo de posse e de controle está longe de ser amor. No livro “Casos e Casos – repensando a infidelidade”, Esther Perel coloca que estes desejos são, ao mesmo tempo, fome de amor e perversão do amor. “Por um lado, queremos instigar o parceiro a voltar para nós. Mas não queremos que ele volte só por obrigação: queremos nos sentir escolhidos. E sabemos que o amor que é privado de liberdade não é amor”.

 

Esteja com alguém que te diga “vai”. Se dizer “fique”, “não me deixe”, “não vá embora”, “não vou conseguir ficar sem você”, vá! Já foi o tempo que prova de amor era drama. Prova de amor mesmo é quando alguém não restringe a sua liberdade. E não sou eu que estou dizendo. É a terapeuta Paula.

 

Se o seu relacionamento amoroso não está lhe trazendo liberdade, seja livre por si mesma. Já se questionou se o nosso primeiro amor pudesse ser nós mesmas? E se desde o início da construção de toda a afetividade tivéssemos bases sólidas de confiança, autonomia e respeito com as nossas existências? Calma, posso melhorar com outras palavras: e se desde o início tivéssemos autoamor, este privilégio dos tempos modernos, quando a subjetividade se tornou um direito integral do indivíduo?

 

Acredito profundamente em outros tipos de amor, muitas vezes mais amplos que o amor romântico. E é por isso que o amor pode ser tão surpreendente e revolucionário.

 

Não se engane: eu sou um ser romântico, que adora estar em um relacionamento no qual há conexão, intimidade. Aprecio um bom aconchego vindo de quem me ama e de quem amo de volta, de quem me enxerga e é enxergado por mim. Mas quando isto acaba, eu sou o ser que ama ser aconchegada por si mesma e enxergada por si própria. Eu não me esqueço de quem sou. A autoconfiança tem que estar sólida para que homem / mulher nenhum balance isto. E segurança é algo construído no dia a dia, dentro de você.

 

Naturalmente, sofro quando o amor romântico acaba, como qual-quer ser humano. Choro, intensifico a terapia e bebo muito pouco. Assustou-se? Pois é. Eu amo cerveja, não o ato de beber. E como qualquer relação de amor, a minha com a minha breja querida só acontece quando me fará bem. Quando não fará, não há relação.

 

E não tem a Paula ali de cima? Pois bem, ela fez outra afirmação igualmente interessante: “Todos nós nascemos desejando pertencer, ser parte de algo, estar contido em um projeto maior, com mais significado”. Porém, já refletiu sobre a importância de se pertencer? De no fim de uma relação devolver-se a si mesma? Tire esta pulga de trás da orelha e torne realidade a paz de se tornar a melhor moradia de seu afeto.

 

Demorou para que eu finalmente entendesse tudo. E a compreensão trouxe liberdade e felicidade.

 

Estar sozinha não é apenas uma condição, do tipo “Ah! Estou aqui à espera de alguém chegar”. Nope.  Estar sozinha também é uma escolha do tipo: “Alguém chegou, mas não quero. Não vale a pena. Estou bem sozinha e quero continuar”.

 

Tá MUITO de boa em ser solteiro.

 

Não é casamento que define alguém, assim como não são filhos e trabalho que definem quem você é. A vida é muito mais do que isso. Você é muito mais do que isso. Abra os horizontes.

 

E pense bem: neste ano, o dia dos solteiros (15 de agosto) traz vantagem: cai numa quinta, quando o happy hour já está liberado!

 

Para encerrar, um acalento ao coração:

 

“Pra cantar o mais simples refrão / Se a gente nota / Que uma só nota / Já nos esgota / O show perde a razão / Mas iremos achar o tom
Um acorde com lindo som / E fazer com que fique bom / Outra vez o nosso cantar / E a gente vai ser feliz / Olha nós outra vez no ar / O show tem que continuar”

 

 

 


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