Modelos mais velhas nas passarelas e cervejas envelhecidas: os novos paradigmas

“Acredito que estamos num momento em que a beleza das mulheres mais velhas está a começar uma revolução. Se não o reconhecermos, nós, cada um de nós, está a negar o futuro”. 

A declaração é de Mercy Brewer, modelo de 57 anos que acabou de estrelar uma campanha da marca de lingerie Lonely Lingerie, da Nova Zelândia. Ela foi fotografada por Harry Were com alguns dos modelos de soutiens, bustiers e conjuntos da marca. O resultado é autêntico, verdadeiro e lindo.

Desde que a Céline colocou a escritora norte-americana Joan Didion, em janeiro de 2015, como estrela de uma de suas campanhas, a moda parece ter, finalmente, aberto os olhos para a beleza das mulheres mais velhas. Ícones como Iris Apfel e Carmen Dell’Orefice também ajudaram a quebrar o tabu das rugas no mundo fashion. Agora, essa onda acabou de ganhar mais força!

Em setembro passado, a joalheira H. Stern elegeu três mulheres poderosas e bem-sucedidas como estrelas de sua nova campanha “Histórias de Vidas Assinadas”, duas delas já na terceira idade: Mayana Katz, premiada cientista brasileira da área de genética, de 69 anos, e Sylvia Earle, oceanógrafa norte-americana referência mundial em pesquisas, de 81 anos. Ambas divaram nas fotos de Paulo Vitale.

Em seguida, veio o desfile de Simone Rocha na última Semana de Moda de Londres, em fevereiro. Musas da melhor idade como Jan de Villeneuve, Marie Sophie Wilson, Cecilia Chancellor e Benedetta Barzini faziam parte do casting da estilista britânica e desfilaram looks nada caretas.

Esta temporada londrina, a propósito, foi bem agitada por protestos, inclusive por um que pedia a inclusão de modelos de todas as idades nas passarelas, principalmente as mais avançadas. Cinco ativistas seguraram cartazes com frases como “A moda não tem limite de idade” e “Muito velha pra desfilar?”. “Uma grande porcentagem de roupas é comprada por mulheres mais velhas, portanto a moda está cometendo um grande erro em ignorá-las”, disse Jilly Johnson, uma das manifestantes.

Na última segunda-feira, dia 13/03, primeiro dia de SPFW N43, Suzana Kertzer,de 66 anos, cruzou lindamente as passarelas da UMA, marca comandada por Raquel Davidowicz. No backstage da apresentação, a diretora criativa opinou certeiramente: “Eu acho que hoje não existe mais essa coisa de divisão por idade. Tenho clientes de 60, 70, até 80 anos de idade e que, muitas vezes, são muito mais corajosas em termos de estilo do que as meninas de 20”.

(FOTOSITE Agência Fotosite)

A ex-modelo (e também sua prima) concordou. “Eu estou muito emocionada de fazer um fashion week com esta idade. Jamais imaginei que isso iria acontecer comigo. Acho que isso é um movimento que vem crescendo cada vez mais. Espero que só aumente!”.

Nós também esperamos muito que esta onda de diversidade na passarela aumente! O Malte & Esmalte apoia o movimento e torce para que ele seja abundante em todas as partes do mundo!

Barrica velha é que faz cerveja boa

E não é apenas na moda que as mais velhas estão mostrando o seu real valor. No mercado cervejeiro, os rótulos envelhecidos também estão ganhando espaço nas prateleiras e na preferência dos consumidores.

Se tem uma cervejaria que aposta nessa tendência é a curitibana Bodebrown. No último Festival Brasileiro da Cerveja, realizado entre os dias 08 e 11 de março em Blumenau, a Bodebrown apresentou, entre outras novidades, cinco diferentes rótulos da série Wood Aged, com criações envelhecidas em diferentes tipos de barricas de madeira.

Compõem este segmento envelhecido, que permite guarda de até mais de dez anos, os seguintes novos rótulos: Hair of the Bode Carmenére Barrel, Tripel Montfort au Rum Barrel, Saison au Cognac Barrel, Atomga au Cognac Barrel e De Bora Extreme Au Merlot Barrel.

Outras integrantes da família Wood Aged Series são: Sour Punk, Montfort Red Flanders, Montfort Golden Mirtillo Sour, Double Perigosa 18% e Blend of Ales (mix com 4 Blés, Double Perigosa e Tripel Chardonnay).

As cervejas da Wood Aged Series foram criadas pensando num consumo “sem pressa”, com uma aproximação com o mundo dos vinhos, como conta Samuel Cavalcanti, da Bodebrown.

“São bebidas que podem ser apreciadas daqui a cinco, dez anos, bastando serem armazenadas em adega, a 12 graus centígrados”, explica. “São cervejas complexas e estruturadas, que vão ganhando sabor com o tempo”, acrescenta Cavalcanti.

Para cada rótulo, a Bodebrown escolheu diferentes tipos de barricas e dornas, que foram utilizadas antes para guarda de bebidas tão diferentes como vinhos, cachaças, rum e conhaque. Esse processo potencializa sabor, corpo, aroma e estrutura. “Nossa intenção é explorar um outro lado da cultura cervejeira”, conclui o cervejeiro.

Fontes: Elle Brasil, Lilian Pacce e Vogue Portugal

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Tags: Campanha Lonely Lingerie, Cervejaria Bodebrown, Cervejas envelhecidas, Diversidade na passarela, Modelos mais velhas, Wood Aged Series

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