24/04/2020
Iniciativas de cervejarias fluminenses apoiam comunidades vulneráveis em meio à crise do coronavírus
“Beba menos e beba melhor”. O famoso lema de produtores e consumidores de cervejas artesanais ganha uma nova dimensão na pandemia da Covid-19.
Chacoalhando as estruturas de toda a sociedade, o novo coronavírus provocou a ressignificação de negócios e propósitos, e o segmento cervejeiro foi fermentado com iniciativas de solidariedade. A máxima ali de cima amplifica-se graças ao engajamento social do setor, que doa parte da venda de cervejas locais para o combate ao vírus. ”
“Todos sabem que nossa praia é esporte e música, mas, mediante a atual situação do planeta, nos sentimos obrigados a tomar uma atitude”, explicou Ubirajara Gomes, um dos sócios da Soul Terê, cervejaria de Teresópolis. Em parceria com a Cervejaria Mito e com o ilustrador Madruga, ambos do Rio de Janeiro, desenvolveu o rótulo “Isolamento Social”, batizada assim para incentivar as pessoas a ficarem em casa. Todo o lucro da venda da Hoppy Lager é usado para a compra de material de higiene para projetos sociais de comunidades do Rio de Janeiro e de Teresópolis.
“É pouco, mas é a nossa forma de não soltar a mão de ninguém”, comenta Bruno Mesquita, dono da Cervejaria Mito – que nada tem a ver com o Jair Bolsonaro, ele gosta de enfatizar.
O rótulo da cerveja Isolamento Social foi doação do ilustrador Madruga (@mad_drug)
Já as cervejarias cariocas D’alaje, Dead Rabbits, Dr. Otto, Kumpel, Pakas e Wave Beer e a loja de cervejas artesanais A Fonte Tapstation se uniram na ação “Growlers do bem”. Visando ajudar quem vive da venda de quentinhas e pessoas em situação de rua, além de fortalecer o pequeno comércio local, o projeto destina 5% de toda a arrecadação de delivery de chope para o Quarentena Sem Fome (@projetoquarentenasemfome).
Em Nova Friburgo, a Cervejaria Pontal teve atitude semelhante. A empresa lançou uma campanha de vendas pelo iFood que terá parte da receita revertida em alimentos e material de higiene para abrigos de idosos da cidade.
Por sua vez, a Cervejaria Alpendorf se mobilizou em uma campanha de arrecadamento de alimentos não perecíveis para famílias do bairro onde a fábrica está instalada: “Em um momento como esse, nós como agentes transformadores da sociedade e incentivadores do turismo (especificamente cervejeiro), temos que ajudar e fortalecer a comunidade em nosso entorno para superarmos a crise da melhor maneira possível”, disse Gabriel Thuller, um dos sócios da cervejaria, também de Nova Friburgo.
Responsabilidade social no meio cervejeiro
“Acho super importante as cervejarias começarem a se engajar e a fazer disso pauta recorrente”, analisa Gabriel Di Martino, mestre cervejeiro da Soul Terê. “Quando fizemos a campanha da cerveja Isolamento Social, pensamos em movimentar o mercado cervejeiro, mostrar que ele tem potencial social. Estamos movimentando uma área da indústria que gera emprego e que tem pessoas que dependem dela. Dessa forma, tentamos ter um impacto grande no sistema que queremos gerir. Por isso, optamos por uma cerveja social”, complementa.
Diante da realidade imposta pela Covid-19, o consumo de cerveja artesanal local desponta como boa prática para atender às necessidades das pessoas nesta crise. Não é de hoje que a bebida tem transformado hábitos e mentes. Tudo leva a crer que nada será como antes.
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Tags: cervejaria artesanal, cervejaria d´alaje, Cervejaria Kumpel, Cervejaria Mito, Cervejaria Pontal, Cervejaria Soul Terê, Dr Otto, Gabriel Di Martino, The Dead Rabbits, Wave Beer
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