20/09/2016

Tattoos e cervejas: experiências marcantes

O termo “tattoo” surgiu em 1769, quando o navegador e explorador James Cook ancorou no Taiti. De cara, ele teve uma grande surpresa: em vez de roupas, os habitantes daquela ilha do Pacífico cobriam os corpos com desenhos gravados na pele. No seu diário, o britânico relatou o que viu como “tattoo”, uma versão do termo polinésio “tatau”, onomatopeia que reproduz o som de um martelo batendo nas conchas afiadas, que serviam de agulha para pintar a pele dos taitianos. 

A palavra nasceu ali, mas a prática de marcar o corpo com desenhos existe há pelo menos cinco milênios. Prova disso é a Ötzi, múmia de 5.300 anos atrás descoberta em 1991 na fronteira entre a Itália e a Áustria. No corpo do homem foram encontradas diversas linhas nas costas, tornozelos, joelhos e pés. Supõe-se que os desenhos foram feitos pela fricção de carvão em cortes verticais na pele. Exames de raio X revelaram degenerações ósseas ao lado de cada uma das tatuagens, o que levou os cientistas a acreditar que o povo de Ötzi utilizasse os desenhos como tratamento médico para diminuir dores.

Além de curar doenças, a tatuagem teve outras funções na cultura primitiva, como a demarcação do papel de um indivíduo em um grupo e a comunicação com deuses. Porém, a função mais recorrente da tatuagem foi a de punir: os “irezumi”, tatuagens penais no Japão do século 17, variavam de acordo com o lugar e a natureza do crime cometido pelos encarcerados.

Foi com os marinheiros, no início do século 19, que a tatuagem passou a ser uma forma de o corpo contar a história do seu “dono” – “pas de chance”, em letras garrafais, marcava o peito de um marinheiro preso e retratado pela polícia de Lyon no fim do século 19, enquanto outro tinha estampado no torso o retrato de sua namorada e as lembranças de quando esteve na África.

Eles, os marinheiros, foram os responsáveis por reintroduzir a prática da tatuagem no mundo ocidental depois de entrarem em contato com a cultura de diversos povos nos mares do Pacífico. Nativos tatuados eram inspirações para que os marinheiros quisessem decorar seus corpos. E eles foram aumentando sua criatividade com o passar dos tempos, indo das âncoras e rosas dos ventos a desenhos mais complexos, muitos deles frutos de superstição. Um porco e um frango, por exemplo, eram tatuados nos pés para evitar a morte por afogamento. Havia ainda tatuagens específicas para combater reumatismo, artrite, manter as mãos fortes e as articulações lubrificadas. Os marinheiros enchiam seus corpos com tattoos.

 

Frota alemã no porto de Hamburgo no fim dos anos 60. Foto: Divulgação

 

Nos Estados Unidos, a tatuagem também era coisa de quem estava à margem da sociedade, mas longe do mundo do crime: homens com desenhos dos pés à cabeça faziam performances em circos, ao lado de mulheres barbadas, anões e telepatas.

 

Foto: Divulgação

 

Atualmente, a manifestação não se limita mais a gênero, classe, sexo, nem nacionalidade. A prática virou mainstream nas últimas duas décadas, tornando-se símbolo de controle do próprio corpo. Uma verdadeira forma de expressão artística.

A tatuagem deixa o mundo subversivo para entrar na moda, fazendo parte de desfiles como do verão 2012 da Chanel e do verão 2014 da Maison Margiela. Foto: Divulgação

 

Tatuagem e cerveja

As ideias de espaços cervejeiros se multiplicam, assim como os estilos de cervejas – que não param de surpreender. Isto mostra que tem muito campo e tendências de mercado a serem explorados. Confira alguns exemplos da união entre essas duas experiências marcantes:

Koi Tattoo Art & Lounge

Primeiro surgiu o estúdio de tatuagem, que reinou sozinho por nove anos, até que os sócios começaram a traçar novos planos inspirados por viagens feitas aos Estados Unidos. Por lá, visitaram lugares onde, depois de terem os corpos desenhados, os clientes iam ficando um pouco mais, bebendo cerveja, ouvindo música e admirando arte. Em 2014, o Koi Tattoo tornou-se Koi Art & Lounge, um espaço nos moldes do que seus proprietários viram lá fora. No salão há poucas mesas – a maioria delas espalha-se pela calçada -, um longo balcão, quadros de arte contemporânea nas paredes, rock tocando em volume alto, cerveja, drinques e cardápio de petiscos.

Barber House

Com três espaços no Rio de Janeiro, a Barber House se autodenomina um espaço democrático, voltado para quem não curte estereótipos e rótulos, sem críticas ou regras.

A Barber House foi idealizada como um espaço onde pudesse juntar tudo aquilo que os sócios mais gostam: bar e a sinuca, para reunir os amigos e contar boas histórias; o barbeiro, para dar o trato no visual; o estúdio de tatuagem, para marcar na pele sua história; e o bom e velho rock’n roll.

 

Harmonizando

Para harmonizar com esse texto, sugerimos a degustação da Klein Ink. Trata-se de uma Witbier com adição de hibisco, anis estrelado, além dos característicos ingredientes do estilo: casca de laranja e coentro. A cerveja apresenta coloração avermelhada, aroma de especiarias e flores e um alto drinkability, com 5% de teor alcoólico e 10 IBU. No rótulo, traz flores de hibisco, um dos ingredientes da receita, respingos de tinta e uma caveira, representando o respeito à diversidade e atitude.

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Segundo a Klein, de Campo Largo (PR), a Ink é uma cerveja única com personalidade própria. Ela tem atitude como principal ingrediente, assim como todos aqueles que fazem parte de um mundo onde gravar a própria pele representa um sentimento único que não se explica, apenas se sente!

 

Serviços:

 

Barber House

 

Jacarepaguá / Freguesia

Estrada dos Três Rios 1097 – Loja B

(21) 3437-8420

Segunda a sexta, das 9h às 20h

Sábados, das 9h às 18h

 

Copacabana

Rua Barata Ribeiro – 194, Loja E

(21) 3344-3500

Segunda a sábado, das 10h às 20h

 

Norte Shopping

Av. Dom Hélder Câmara, 5474 – 1º Piso – Lojas 1115 e 1116

(21) 3556-7631

Segunda a sábado, das 10h às 22h

Domingos e feriados, das 13h às 21h.

 

Koi Tattoo Art & Lounge

Av. Armando Lombardi, 350 – Loja 125 – Barra da Tijuca

Segunda a sexta, das 10h às 20h.

Sábados das 10h às 17h.

 

 

Fontes: Megacurioso, Vogue Brasil, Veja e Revista da Cerveja


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3 respostas para “Tattoos e cervejas: experiências marcantes”

  1. Tiago Masutti disse:

    Fiquei com vontade de beber essa Klein Ink, parece muito boa, ótima dica!

  2. Excelente articulo.

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