O presidente dos EUA e marido de Michelle, Barack Obama, está de saída da Casa Branca, mas vai deixar um importante legado para o seu sucessor. Assumido admirador de cevada e lúpulo, Obama instalou, por conta própria, uma mini cervejaria na cozinha da Casa Branca para produção artesanal de cervejas para ele mesmo, sua equipe e convidados.
A produção foi iniciada em 2011, com a White House Honey Ale, feita com mel das abelhas criadas nos jardins da primeira-dama. Tem também uma versão mais escura e encorpada, a White House Honey Porter.
Depois de revelado esse segredo cervejeiro de Obama houve uma pressão popular para que a receita fosse divulgada. Para não comprometer a campanha de reeleição do presidente, a Casa Branca publicou em seu blog, em setembro de 2012, os ingredientes e o modo de preparo dos dois estilos.
Clique aqui para conferir o blog da Casa Branca.
Resta saber se Donald Trump dará continuidade a essa bela iniciativa de Obama.
O legado de Michelle Obama
Michelle Obama ocupa o posto de primeira-dama dos Estados Unidos até dezembro de 2016, quando deixará a Casa Branca com seu marido e suas duas filhas para ocupar uma mansão em Kalorama, bairro no noroeste de Washington.
Durante o mandato de Barack Obama, Michelle fez história como uma mulher graduada, cativante, forte e extremamente elegante.
Além de ser a primeira mulher negra a ocupar o posto, foi também a mais articulada no meio político. Engajou-se na campanha contra a obesidade infantil e na educação do país. Durante os quase oito anos em que seu marido ocupou o Salão Oval, tornou-se protagonista com opiniões contundentes e frases impactantes que nem chegaram perto da pieguice. “Acordo todas as manhãs em uma casa que foi construída por escravos. E hoje eu vejo as minhas filhas, duas jovens e inteligentes mulheres negras, brincarem com seus cachorros no gramado da Casa Branca”. Quem, senão ela, poderia ter dito uma frase tão impactante sem afetação? E esta foi apenas uma das muitas frases precisas e impactantes proferidas por ela durante o discurso na convenção democrata na Filadélfia, na qual Michelle declarou apoio a Hillary Clinton.
Michelle na Convenção Democrática. (Foto: Reprodução)
O estilo de Michelle também chama muita atenção. Nascida em um bairro pobre de Chicago e descendente de escravos – uma árvore genealógica encomendada pelo The New York Times em 2009 revelou que a tataravó de Michelle era escrava. Ela se chamava Melvinia e pertencia a um proprietário de terras no sul do Estado, Henry Wells Shields. Cerca de dois anos antes da Guerra Civil Americana (1861-1865), Melvinia ficou grávida de um homem branco e deu à luz Dolphus T. Shields, de quem descende Michelle Obama. Ainda segundo o The New York Times, exames de DNA indicam que o pai de Dolphus era um dos filhos de Henry, Charles Marion Shields, que trabalhava como fazendeiro e professor -, Michelle desfilou por estes anos designers de moda cobiçadíssimos, mas também designers menos conhecidos e tentou muitas vezes usar vestidos feitos por criadores da mesma nacionalidade que os líderes políticos convidados para os diferentes jantares de Estado.
Ao participar do programa de Ellen DeGenere, em setembro passado, Michelle Obama surpreendeu com um vestido estampadíssimo da Gucci. Ela, que costuma usar tons sóbrios, escolheu um print que reproduz a Carte de Tendre (mapa de um lugar imaginário na França que aparece no livro Clélie, de Madeleine de Scudéry). Foi um dos raros momentos em que a primeira-dama ousou em um look, mas sem exageros. E deixou todos boquiabertos! Será que a escolha foi devido ao significado do desenho?
O vestido desenhado por Alessandro Michele não sai por menos de U$ 4.200 (cerca de R$ 13.960)
Ela também adora usar os seus looks para dar recados políticos. Há algumas semanas, quando se reuniu com a sua sucessora Melania Trump, Michelle usou um vestido roxo de Narciso Rodriguez. De origem latina, o estilista é filho de imigrantes cubanos que foram para os Estados Unidos no começo do século XX. Ao celebrar uma grife e um criador latino-americano, Michelle deixa clara a sua posição a favor da multinacionalidade – e contra o discurso xenofóbico de Donald Trump, que demonstra ter repúdio a culturas estrangeiras e, principalmente, latinas. A intenção com a cor roxa do look, supõe-se, foi representar o bipartidarismo e, de certa forma, a paz entre os republicanos e os democratas.
Para o encontro com Michelle Obama, Melania, por outro lado, apostou em um look sóbrio e “seguro”. Com sapatos Christian Louboutin, tubinho preto de alfaiataria e um casaco no mesmo tom, ela optou pela discrição (Foto: divulgação)
Com 52 anos, Michelle Robinson Obama já foi capa três vezes da Vogue Americana. A terceira será agora, no mês de dezembro. Para o ensaio, ela foi fotografada pela delicada Anne Leibovitz e a manchete da publicação diz: “Michelle Obama: a primeira-dama pela qual o mundo se apaixonou”. Só li verdades.
Michelle usa looks de grifes como Versace, Carolina Herrera e Jimmy Choo nas páginas do editorial
Capa de 2009: o vestido rosa foi desenhado por Jason Wu, o mesmo estilista do traje branco que ela vestiu no dia da posse. No interior da revista, é o estilista cubano Narciso Rodríguez que veste Michelle
Capa de 2016: Michelle foi fotografada em 2013 por Annie Leibovitz com um vestido azul sem mangas de Reed Krakoff, um de seus estilistas favoritos
(Foto: Reuters)
Na matéria do ensaio de 2019, o repórter Jonathan Van Meter tece elogios à Michelle. Afirma que ela é uma das mulheres mais glamorosas do mundo, que revolucionou a maneira de vestir das primeiras-damas americanas com seu senso de estilo, o que não acontecia há décadas.
Para a revista, ela contou: “Eu poderia ter gastado oito anos fazendo qualquer coisa. Eu poderia ter me focado em flores. Poderia ter me focado em decoração. Poderia ter me focado em entretenimento, porque toda primeira-dama, certamente, consegue definir seu papel. Não há autoridade legislativa; você não foi eleita. E esse é um maravilhoso presente de liberdade.” Porém, em vez de focar em flores, entretenimento ou decoração, Michelle preferiu lutar pelas mulheres. Feminista e defensora da igualdade de direitos para as mulheres, ela é a idealizadora de uma das mais lindas campanhas mundiais pelo empoderamento feminino. Ao lado de celebridades como Meryl Streep, Oprah Winfrey e a rainha Letizia, da Espanha, Michelle percorre o mundo com a mensagem “Let Girls Learn”, (“deixem as meninas aprenderem”, em tradução livre). Trata-se de uma campanha para conscientizar pais, familiares e instituições públicas e privadas de que é preciso garantir a liberdade para a educação e as escolhas das meninas, deixando-as livres para ser o que quiserem.
Michelle sabe o que quer. Embora ela e o marido refutem os padrões preestabelecidos de aparência, criticando a indústria da moda e da beleza, Michelle não vive de mal com ela, muito pelo contrário, veste-se bem, está sempre elegante, mas não permite ser dominada pelo mercado. Com frequência é vista vestindo marcas como Calvin Klein, Oscar de la Renta, Michael Kors e Marc Jacobs, Dior e Chanel. Como poucas mulheres, sabe combinar estas peças com outras, compradas em lojas de departamento, imprimindo ao visual um estilo marcante. Também é característica da primeira-dama o faro para apostar em estilistas novatos, até então pouco conhecidos, como Jason Wu, Narciso Rodrigues, o brasileiro Francisco Costa e a cubana Isabel Toledo. É emblemática a sua aparição, no baile de posse do marido, em 2009, com um Jason Wu branco, de um ombro só.
No baile de posse de Obama para celebrar a reeleição, Michelle usou um vermelho rubi de veludo e chiffon sem mangas, do mesmo estilista, ornado por sapatos Jimmy Choo.
Com a mesma autoconfiança, Michelle escolhe o figurino para um jantar com chefes de Estado ou aparece vestida de forma simples, trabalhando na horta orgânica que plantou com as filhas, nos jardins da Casa Branca. Percorre o mundo em busca de direitos iguais para as mulheres e profere discursos inesquecíveis – tão inesquecíveis que à rival, Melania Trump, restou apenas imitar. Com a mesma força, impulsionou a candidatura da democrata Hillary Clinton na convenção do partido ao mesmo tempo em que roubou para si todos os holofotes. Esta é Michelle Obama, a primeira-dama que o mundo jamais vai esquecer.
Curiosidade: um de seus biógrafos, o jornalista americano Peter Slevin, conta no livro Michelle Obama: A Life que, ao desejar sorte ao marido instantes antes do discurso que impulsionou sua carreira política, em 2004, ela teria dito: “Vê se não estraga tudo, cara!”. E ela ainda é bem-humorada!
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Anna,muito bom seu blog,arrasa d+!!
Bjs
Caramba, Michel! Que honra! Obrigada!!! 🙂
This could not posslbiy have been more helpful!