23/03/2017

Um brinde às marcas de roupa e cervejarias artesanais que economizam água!

Na última quarta-feira, dia 22/03, o mundo comemorou o Dia da Água. Um elemento natural que transforma a vida das pessoas deve ter mesmo um dia só seu. Ele foi criado pela ONU (Organização das Nações Unidas) em 1992 e é destinado à discussão sobre os diversos temas relacionados a este importante recurso.

Mas porque a ONU se preocupou com a água se sabemos que dois terços do planeta Terra é formado por este precioso líquido? A razão é que uma ínfima parcela, cerca de 0,008%, do total da água do nosso planeta é potável (própria para o consumo) e, infelizmente, ela não chega a todos, embora muitas obras estejam sendo concretizadas (oi, transposição do Rio São Francisco!). A realidade é que ainda falta água para muita gente, principalmente para a os ruralistas do Nordeste, enquanto ela é abundante nas grandes metrópoles. Quer dizer, nem tanto.

Nas nossas casas, abrimos a torneira e lá está a água, assim como quando abrimos o chuveiro, a mangueira ou colocamos a máquina de lavar-roupa para funcionar. Talvez por estar tão acessível, muitas pessoas ainda não têm a consciência do quanto é importante não desperdiçá-la.

E como sabemos, grande parte das fontes desta água (rios, lagos e represas) está sendo contaminada, poluída e degradada pela ação predatória do homem. Esta situação é preocupante, pois poderá faltar, num futuro próximo, água para o consumo de grande parte da população mundial.

No entanto, marcas de roupas e cervejarias artesanais já deram passos à frente e fabricam seus produtos de forma econômica. Além de estarem preocupadas com o futuro do planeta, sabem que os consumidores estão cada vez mais dispostos a dar preferência às marcas comprometidas com essa causa.

 

Moda consciente

A conscientização e a vontade de tomar medidas práticas provocaram mudanças no ciclo produtivo da Damyller, marca catarinense que tem o jeans como o carro-chefe. Sabemos que este é o tecido que mais gasta água para ser transformado em alguma peça. Para fabricar uma calça, por exemplo, é preciso gastar 135 litros de água. Porém, há seis anos, a Damyller vem proporcionando uma economia mensal de 3,3 milhões de litros de água – ou 61% – e de uma tonelada de produtos químicos que antes eram aplicados na lavagem do denim. A marca conseguiu este feito com uma máquina de ozônio espanhola que imprime um aspecto vintage ao tecido sem agredir os fios, dando-lhe um ar envelhecido. As modificações durante a fabricação são imperceptíveis para quem olha as peça, mas fazem total diferença para o meio ambiente.

 

Leo Martins / Agência O Globo

 

Em 2016, a Damyller ganhou o prêmio Ecoera pelo seu empenho em aprimorar a produção. O prêmio é destinado a empresas que se destacam na área ambiental, na categoria Planeta. A marca usa ainda água retirada de um rio próximo à sua fábrica, em Nova Veneza. Antes de ser devolvida à natureza, ela passa por um longo e complexo processo de purificação. A etiqueta ainda tem uma estação de tratamento de efluentes desde 1989.

A Feranda, outra marca referência na produção de jeans, também implantou o uso da máquina de ozônio, sendo a primeira do Estado do Rio de Janeiro a ter 100% de peças lavadas com o gás, o que gera economia de 85% de água na produção.

 

Fábio Rossi / Agência O Globo

 

A marca foi criada em 1970 e até 1993 a água de um rio próximo ao polo têxtil onde fica a fábrica em Petrópolis mudava conforme a cor do tecido usado. Foi quando a marca implantou uma estação de tratamento na fábrica para purificar a água.

Olhar as peças jeans na arara da Feranda é estar diante do resultado de um complexo tratamento pelo qual o denim passa para atingir diferentes colorações. A máquina de ozônio lava o índigo (pigmento) a seco ou com o gás aplicado na água, não deixando resíduos. Como não há uso de produtos químicos, o tempo de vida útil das roupas é prolongado. E, sem o atrito com a água, o desgaste do tecido é minimizado.

 

Cervejarias conscientes

A água é um dos insumos mais importantes na elaboração e no processo de produção da cerveja, juntamente com os maltes, lúpulos e leveduras. E nesses tempos de crise hídrica, as cervejarias, principalmente as artesanais, estão encontrando alternativas para economizar água sem perder a qualidade do produto.

As mudanças na cervejaria Burgman, localizada em Sorocaba, no interior paulista, começaram em janeiro de 2014. O primeiro passo foi reaproveitar a água usada para resfriar o mosto, mistura de malte com outros componentes e água quente. “Para fazer o resfriamento, usamos de três a quatro litros de água para cada litro de mosto. A gente já sofria com uma crise de água em termos de produção”, explica o mestre-cervejeiro Alexandre Sigolo.

Segundo ele, embora tenha poço artesiano, a cervejaria não estava com água suficiente para dar conta do ritmo de produção na época. Mas havia outro ponto de desperdício que precisava ser solucionado. “O processo de envase consome muita água. No envase de 4 mil garrafas, gastamos de 300 a 400 ml de água por garrafa. Então, começamos a reaproveitar essa água também”, explicou Sigolo.

Com a instalação de uma tubulação para transportar a água do resfriamento do mosto e do envase para reservatórios dentro da empresa, fruto de um investimento de R$ 25 mil, a Burgman conseguiu economizar 380 mil dos 700 mil litros de água que usa durante o mês.

Já a Cervejaria Nacional, localizada em Pinheiros, na zona oeste da capital, apostou no reaproveitamento da água do resfriamento do mosto e do enxágue dos tanques.

“Conseguimos até desconto na tarifa pela diminuição no consumo. O consumo mensal para produção dos chopes é de 40 mil litros. Com a implantação desse sistema, a economia é de cerca de 20 mil litros”, diz o mestre-cervejeiro Guilherme Hoffmann.

Mesmo sem sentir os efeitos da crise, a cervejaria Invicta, de Ribeirão Preto, também no interior paulista, adotou medidas de economia. “Temos reaproveitamento de água em todas as etapas do processo. Tomamos todo o cuidado com nosso principal insumo, afinal, 94% da cerveja pronta é água. Sabemos da importância e o quanto a falta dela seria fatal para nossa sobrevivência”, conta o mestre-cervejeiro Rodrigo Silveira. A economia de água é de 20% a 30%.

 

Agua_Invicta

 

Seguindo a estratégia das demais, a reutilização de água na cervejaria Colorado, também de Ribeirão Preto, está focada nas etapas de resfriamento do mosto e de lavagem dos tanques.

“Para a construção do galpão da nova fábrica, instalamos um tanque para captação de água da chuva, que é reutilizada para limpeza e irrigação de plantas”, explica a mestre-cervejeira e gerente industrial Bianca Franzini.

Bianca destaca a importância da água para a produção de uma cerveja de qualidade. “A água é primordial no processo produtivo de cervejas de qualidade. Ela vai garantir a base da elaboração da receita, a melhor extração dos componentes das matérias-primas e não deve ter interferência de sabor ou aroma no produto final.”

 

Ambev também reduz o consumo

E não são apenas as artesanais que fazem o uso consciente desse recurso natural tão importante. A operação brasileira da cervejaria AB Inbev, a Ambev, reduziu o consumo de água antes do prazo determinado pelo grupo.

A meta era atingir o índice de 3,2 litros de água para cada litro de bebida envasado até 2017. Na operação brasileira, o consumo já é de 3,17 litros.

Em 2015, a economia de água foi de 3,3%. Mas, nos últimos anos, a redução foi ainda mais drástica. De 2002 a 2015, o consumo de água da Ambev diminuiu 40,85%, de 5,36 litros para 3,17 litros de água a cada litro de bebida produzida no Brasil.

Segundo a gerente de relações socioambientais da Ambev, Simone Veltri, isso foi possível graças a procedimentos padronizados, boas práticas de uso e reuso, acompanhamento em tempo real dos índices de consumo e treinamentos constantes.

A medida não é importante apenas para a preservação do recurso natural. A cervejaria também conseguiu reduzir custos dessa forma. “Reduzindo a utilização da água, a Ambev garante a manutenção e o crescimento sustentável do seu negócio”, informa a companhia.

Fontes: O Globo, Estadão e Exame


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2 respostas para “Um brinde às marcas de roupa e cervejarias artesanais que economizam água!”

  1. Beth Machado disse:

    Parabens pela linda matéria. Moda e cervejas casamento perfeito.Amei

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